Rádio Louvação

terça-feira, 16 de março de 2010

Em tempo oportuno

No início do mês de março, retornei com minha família à Itá. Estávamos em Curitiba, e fomos visitar o Parque Barigui, onde meu filho Daniel viu uma pipa e foi logo pedindo “papai compra uma pra mim” resisti no inicio, mas logo cedi aos apelos dele. Compramos uma pipa em forma de águia.
Fomos empiná-la, mas para nosso desespero, nada de vento. Insistimos e logo fomos recompensados por uma leve brisa, que logo tornou-se um vento de boa velocidade e conseguimos nos divertir.
Antes de retornarmos para Itá, compramos outra pipa, para levar de presente para o Rafael, meu sobrinho, então, num final de tarde resolvemos ir empinar as pipas. Por sugestão dos dois (Daniel e Rafael) fomos ao campo da escola. O vento era bom, mas como o campo era rodeado de árvores, acabou que no campo o vento era mínimo. Decidi empinar na rua próxima ao campo e a zona rural, por não possuir cabeamento elétrico. Esperei por uma leve brisa e logo empinei a pipa do Daniel, mas tinha um problema estávamos muito próximos das árvores, qualquer descuido poder-se-ia enroscar a linha num galho de árvore e teríamos uma tragédia em termos de controle e resgate da pipa.
Então, passei a o controle da pipa ao Daniel e disse: “Filho, controla a pipa e cuide para não enroscar nas árvores, enquanto o papai vai ajudar o Rafael empinar a dele”. Por um momento fui ao campo onde o Rafael insistia em empinar a pipa, sem êxito, por não haver vento. Comentei com ele: “vamos até a rua, o Daniel já está com a dele no ar”. Dirigimos-nos à rua, e ao chegar junto de meu filho, o vi com o rosto preocupado, com uma expressão de não consegui fazer o que me pediu, me olhou e disse: “papai, não consegui controlar e ela enroscou na árvore. Perdi minha pipa” em tom desolado.
Por um tempo tentei desenroscar a linha, porém, em vão. Então, parti para uma segunda estratégia, pedi emprestada a pipa do Rafael e procurei enlaçar a linha da outra, consegui, mas o vento era forte e acabou por partir a linha da pipa do Rafael, embrenhei-me mato adentro para resgatar, agora, a pipa do Rafael. Uma vez resgatada, desisti da idéia de enlaçar novamente a outra pipa, nisso, meu filho deixa escapar a linha e vê suas esperanças esvanecerem diante do fato, no entanto, a pipa fica presa no topo da árvore pelo carretel. Olhei, desanimado, porque a priori a única forma de resgate seria subir na árvore. Analisei a possibilidade, o tipo de árvore, a altura e conclui que não valia o risco o resgate. Nessa altura meu filho, já estava em casa lamentando-se para sua mãe, que segundo ela, desabafou “deu tudo errado”.
Fiquei triste por meu filho, primeiro por ele perder o brinquedo e segundo, por me sentir impotente para o resgate de seu brinquedo. Tentei consolá-lo, dizendo: “Não esquenta filho, o papai compra outra para você, assim que retornar a Curitiba”. Contudo, eu estava desolado. Fui tomar chimarrão com minha esposa e familiares e de nossa área podia enxergar a pipa a deslizar ao sabor do vento. Estava tão alta e sua forma de águia parecia desafiar-me a resgatá-la. Passado esse momento, juntou um bom número de garotos ao redor da árvore tecendo formas de resgatá-la, no entanto, a prudência recomendava não subir na árvore em questão, principalmente sem equipamento apropriado para escalar. E graças a Deus, ninguém ousou subir.
Mais tarde, comentei com minha esposa: “à noite o vento pode diminuir sua intensidade, até mesmo parar e certamente ela não terá sustentação e cairá. Dependendo do local e tempo certo, pela manhã poderei efetuar o resgate dela”. Então, pela manhã chamei meu filho, tomamos um banho “acorda preguiçoso” em seguida fui deixá-lo na escola. Não lhe contei meus planos “caso não conseguisse resgatar a pipa, não teria alimentado esperanças”. Contudo, eu estava obstinado a resgatar a pipa. Despedi meu filho para aula e fui à busca da pipa. Chegando ao local presumível que ela tivesse pousado, constatei que a mesma estava presa a uma árvore de pequeno porte, quase a altura das mãos. Fiz o resgate dela, levei para casa e deixei-a exposta na área para que meu filho pudesse vê-la ao chegar da escola e eu pudesse ver a alegria nos olhos dele ao ver sua pipa resgatada.
O episódio remeteu meus pensamentos às estratégias de Deus no resgate: de vidas, de situações adversas, de relacionamentos... Tantas vezes pensamos que pessoas, situações, relacionamentos não tem mais solução, é caso perdido. Olhamos os fatos, analisamos as possibilidades e concluímos que é impossível. No entanto, Deus nos ensina que o inatingível, por vezes, fica ao alcance das mãos. Basta esperamos o tempo oportuno.

Ivan Aralde

3 comentários:

  1. Que linda história!! Que linda mensagem! Que saibamos sempre esperar em Deus, pois realmente aos nossos olhos existem coisas que parecem inatingíveis, mas no momento certo, no dia de amanhã, ao amanhecer, estará mesmo ao alcance das nossas mãos...
    Abraços Ana e Ivan...
    Sara

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  2. Parabéns Ivan!!! Está no caminho certo. Deus nos ensina também na simplicidade, com eventos e momentos simples. E você esteve atento. Parabéns!!! Abraços!!!
    Pr. Adriano Xavier Machado

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  3. "Basta esperar o tempo oportuno", amém, que possamos descansar e confiar no Senhor, esperando o tempo oportuno para todas as coisas. Te amo.
    Ana.

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